Há tempos não conseguia escrever no blog... o final do semestre é terrível para nós professores (correções de prova, trabalhos de campo, etc.).
Para não deixar junho sem postagens, resolvi colocar um material no blog nesse último dia do mês. Trata-se de um material produzido pela BBC sobre a evolução da expectativa de vida e da renda da população mundial nos últimos dois séculos.
O vídeo enquanto material gráfico é bastante interessante (quem dera eu tive esses recursos em sala de aula), o problema é a conclusão final do apresentador. No decorrer dos dois séculos, que coincidem com o desenvolvimento capitalista industrial e financeiro, percebe-se a formação de um grande abismo entre as antigas colônias e os países colonizadores. Os antigos colonizadores conseguem ter mais saúde e renda do que os países colonizados. E mesmo que os países colonizados tenham, nesses últimos séculos, melhorado seus índices de saúde, isso não significa que eles abandonarão facilmente a condição de pobreza, pois o desenvolvimento capitalista está estruturado em uma grande divisão internacional do trabalho que promove uma desigualdade estrutural.
Outra coisa... é importante ressaltar que os parâmetros mudam com o tempo, e a pobreza de hoje não é mesma pobreza de ontem. Por isso, mesmo que a saúde da população mais pobre do planeta tenha melhorado (refletindo em uma maior expectativa de vida), é bastante significativa a diferença que envolve pobres e ricos. Basta ver nas grandes cidades onde temos pessoas vivendo em casas com todo o conforto possível e inimaginável, e outras pessoas que moram amontoadas em moradias que não lhes dão uma condição mínima de dignidade. Pervesidades de um sistema econômico injusto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário