Ontem (08/08/2011) a bolsa de valores de São Paulo caiu 8,08%. Nos EUA, o índice Dow Jones, que mede as negociações da Bolsa de Nova York, recuou 5,55%, e o índice da área tecnológica, Nasdaq, caiu 6,9%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve queda de 5,66%. Em todo o mundo houve queda das bolsas de valores. Mas o que motivou essa queda?
O que provocou esse turbilhão na economia foi uma informação, um sinal dado por um grupo de especialistas da Standard & Poor's, que rebaixaram a classificação de risco dos EUA de AAA para AA+. Ou seja, o que esses especialistas fizeram foi o anúncio de que investir nos EUA tornou-se mais arriscado. Para os especuladores globais, que injetam dinheiro em várias bolsas do mundo, se o investimento nos EUA é arriscado, o que se dirá de outros países como o Brasil? Nesse sentido, os especuladores retiram o dinheiro investido em vários locais do mundo, e ficam a espera de um cenário mais positivo. Eis o grande problema: a matriz produtiva depende, no modelo capitalista atual, do dinheiro proveniente da especulação dos mercados. Especular, no campo econômico, significa imaginar uma situação futura buscando tirar uma vantagem financeira dessa projeção. A melhor maneira para projetar o futuro é a informação, e por consenquência os sistemas informacionais e científicos ganham força nesse momento histórico do desenvolvimento capitalista. Uma informação como o rebaixamento da nota dos EUA é capaz de gerar tantos estragos, porque permite projetar cenários instantanamente. Tal situação revela a fragilidade do sistema econômico que vivemos, pois nos torna dependentes de um grupo econômico, os especuladores financeiros, que nunca querem perder. Agora, outra pergunta, por que os EUA se tornaram um mercado arriscado?
Os EUA estão em recessão econômica há praticamente uma década. Em 2008 a crise imobiliária foi o estouro de um processo que estava sendo gestado há algum tempo com a saída da produção industrial para locais onde a mão-de-obra é mais barata. Embora as matrizes das grandes empresas continuassem instaladas nos EUA, a empregabilidade da população estadunidense diminuiu sensívelmente (o que inclusive aumentou a desigualdade social interna). Em 2008, tentando segurar a crise, o Estado americano injetou 4 trilhões de dólares na economia, através do aumento de linhas de crédito, compra de capitais em empresas, etc. Ou seja, o governo americano funcionou como uma seguradora das empresas no momento da crise. Só que toda essa situação provocou um aumento da dívida americana. Esse aumento do endividamento resulta em mais crise, pois provoca a propagação da informação de falta de confiabilidade dos EUA no mercado mundial. Isso é economia informacional. Uma informação vale bilhões. Mas o que faz a população desinformada em relação a esses processos?
Fonte da figura: http://ivenstidor.wordpress.com/
Um comentário:
Muito bom Felipe, blogueiro de sucesso já, belo texto!
E a figura que escolheste é hilária, totalmente didática pela insanidade das bolsas de valores mesmo!!
Abração!
Eduardo Clarino.
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