Relógio da Terra

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Crise Mundial: os dominós estão prontos para cair

O colega Paulo Henrique me passou um link do The New York Times, sugerindo que eu fizesse uma postagem no Blog. Achei o material super bacana, e estou divulgando:

http://www.nytimes.com/interactive/2011/10/23/sunday-review/an-overview-of-the-euro-crisis.html

Os gráficos mostram a relação de endividamento que envolve diferentes países do mundo, chamando a atenção para as nações europeias que estão em crise econômica.


As setas possuem a direção credor-devedor, ou seja, caminha na direção daqueles que emprestam recursos para àqueles que recebem esses empréstimos. É possível ver que todos os países possuem seus credores e seus devedores. Alguns países são mais devedores que credores, assim como o contrário também acontece. Contudo, os países mais credores também sofrerão um grande revés caso as economias dos devedores entre em falência. É por isso que a Alemanha, a França e o Reino Unido estão "colocando a faca no pescoço" da Grécia, e de outros países como Portugal e Espanha (que aparecem no gráfico em cor mais escura, por serem as economias que estão mais vulneráveis). A União Européia emprestou dinheiro para a Grécia, entretanto exigiu que o governo cortasse gastos. E os cortes foram realizados em gastos sociais. Ou seja, por causa de uma globalização econômica realizada de forma irresponsável e com o único objetivo de maximizar os lucros de grandes corporações financeiras, populações como a grega, terão que arcar com as fragilidades do sistema econômico. Aliás, isso é algo que os economistas chamam de "externalidades". As externalidades ocorrem quando alguém deve "pagar o pato" por alguma operação financeira que não participou. No caso da Grécia, a ciranda financeira que envolve os bancos, que compram dividas de outros países para lucrar cada vez mais, criou uma situação de precariedade social para a população local. Hoje a Grécia deve para a França, Alemanha, Portugal, Itália, EUA, Japão, Espanha, Reino Unido, Irlanda. Se a Grécia der um calote de fato, os dominós estão armados para cair, pois Itália, Espanha, Portugal e Irlanda estão também muito fragilizados. O problema é que as vacinas nesses casos de crise são sempre aplicadas na perspectiva de "externalizar" os custos. Ou seja, pessoas de outros lugares do mundo poderão sofrer com os efeitos da crise.

É por isso que a população de diversos lugares do planeta está indo as ruas para protestar e para retomar o controle das instituições políticas e financeiras que tanto influenciam a nossa vida. Nos EUA temos o movimento Occupy Wall Street. Na Espanha ocorre o movimento Democracia Real. No Chile temos os Indignados (que derivou da mobilização espanhola). Cabe salientar que no dia 15 de outubro, chamado de dia da Revolução Mundial, cerca de 900 cidades no mundo tiveram protestos.

E no Brasil?

O Brasil não está imune, e por isso já começaram as manifestações em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e em tantas outras cidades. Em Florianópolis tem gente acampando na UFSC para se engajar no movimento global. Está na hora da população deixar de assumir as externalidades negativas do sistema político-econômico e sair as ruas para protestar, ou os dominós cairão tantas outras vezes, que nunca teremos controle sobre eles.










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